Economia

Brasil terĆ” segunda maior safra de cana, segundo estimativa da Conab

Brasil terĆ” segunda maior safra de cana, segundo estimativa da Conab


AGÊNCIA BRASIL

O Brasil registrou a segunda maior produção de cana-de-açúcar, durante o ciclo 2024-2025, com um total estimado de 676,96 milhões de toneladas do produto. O resultado é 5,1% menor do que a safra recorde, registrada no ciclo anterior, colhido entre 2023 e 2024.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a queda foi ā€œreflexo dos baixos Ć­ndices de chuvas, aliados Ć s altas temperaturas registradas na RegiĆ£o Centro-Sul, que representa 91% da produção total do paĆ­sā€, aliado Ć  queimada observada nos canaviais. O fogo, segundo a companhia, consumiu vĆ”rios talhƵes de cana em plena produção.

ā€œEssas condiƧƵes adversas registradas ao longo da temporada influenciaram negativamente na produtividade mĆ©dia, ficando em 77.223 quilos por hectaresā€, registrou a Conab ao anunciar, nesta quinta-feira (17), os resultados do 4Āŗ Levantamento sobre a cultura divulgado pela Companhia.

>>Seca extrema derruba produtividade de cana e usinas antecipam colheita

Sudeste e Centro-Oeste


Brasília (DF), 28/03/2025 - Prédio da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab.. Foto: Sindsep-DF/Divulgação
Brasília (DF), 28/03/2025 - Prédio da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab.. Foto: Sindsep-DF/Divulgação

Conab divulgou nesta quinta-feira estimativa da safra de cana. Foto-arquivo: Sindsep-DF/Divulgação

Principal região produtora de cana, o Sudeste colheu 439,6 milhões de toneladas, resultado 6,3% inferior ao obtido na safra anterior. Em termos de Ôrea, houve um aumento de 7,5% na mesma base de comparação, chegando a um total de 5,48 milhões de hectares

ā€œEsse aumento, no entanto, nĆ£o foi suficiente para recuperar as perdas registradas pela queda da produtividade de 12,8%, estimada em 80.181 quilos por hectareā€, justificou a Conab.

No Centro-Oeste, a colheita não apresentou grandes variações em relação ao resultado da safra recorde, obtida no ciclo anterior. Foram colhidas 145,3 milhões de toneladas (alta de 0,2%), nesta relevante região produtora.

ā€œAssim como no Sudeste, a Ć”rea cresceu 4%, chegando a 1,85 milhĆ£o de hectares, enquanto a produtividade foi 3,7% menor, projetada em 78.540 quilos por hectareā€, informou a Conab.

Nordeste, Sul e Norte

A colheita do ciclo 2024/2025 estÔ ainda sendo finalizada na Região Nordeste. Se confirmada a estimativa da companhia, a produção por lÔ ficarÔ em 54,4 milhões de toneladas, o que representa queda de 3,7% em relação à safra anterior.

De acordo com a Conab, este resultado sofreu influência da restrição hídrica na região, o que reduziu as produtividades médias das lavouras. A Ôrea colhida aumentou 1,6%, chegando a 897,5 mil hectares.

A Região Sul apresentou queda tanto em termos de Ôrea como produtividade. Estimada em 33,6 milhões de toneladas, a produção ficarÔ 13,2% inferior ao ciclo passado.

JÔ na Região Norte, o panorama é o oposto, com aumentos de Ôrea e produtividade, de 1,4% e 1,1% respectivamente. Segundo a Conab, a colheita estÔ estimada em 4 milhões de toneladas na região.

Subprodutos

A redução do volume de cana colhido resultou também em queda na produção de açúcar. O levantamento indica que a queda ficou em 3,4%, o que corresponde a um total estimado de 44,1 milhões de toneladas.

ā€œApesar da redução em relação Ć  Ćŗltima safra, a temporada que se encerra apresenta a segunda maior produção do adoƧante na sĆ©rie histórica da Conab. Esse bom resultado Ć© reflexo do mercado favorĆ”vel ao produto, que fez com que boa parte da matĆ©ria-prima fosse destinada para a fabricação de açúcarā€, explicou.

Etanol

No caso do etanol, houve crescimento de 4,4% na produção total, de 37,2 bilhões de litros. A alta foi obtida mesmo com a queda (de 1,1%) da produção a partir do esmagamento da cana, em consequência da piora das condições climÔticas. O total produzido ficou em 29,35 bilhões de litros.

ā€œO bom resultado se deve ao incremento do etanol fabricado a partir do milho. Nesta safra, cerca de 7,84 bilhƵes de litros tĆŖm como origem o cereal, um aumento de 32,4% frente ao ciclo 2024/23ā€, informa a companhia.

ExportaƧƵes

De acordo com a Conab, as exportaƧƵes se mantiveram elevadas, mantendo o Brasil como principal fornecedor mundial do produto.

ā€œNo fechamento da safra 2024/25, os volumes de açúcar ficaram estĆ”veis em relação Ć  safra anterior, no patamar de 35,1 milhƵes de toneladas. PorĆ©m, a receita foi de US$ 16,7 bilhƵes, queda de 8,2% em relação Ć  receita da Ćŗltima safra, fruto do cenĆ”rio de preƧos menoresā€, diz a Conab.

JÔ a exportação de etanol fechou o ciclo com um total de 1,75 bilhão de litros embarcados. Uma queda de 31% na comparação com o ciclo 2023/24.

A Conab explica que o etanol de milho tem ganhado mais relevância, com aumento tanto de produção em novas unidades como de eficiência das plantas jÔ existentes.



Fonte: AGÊNCIA BRASIL
Foto: AGÊNCIA BRASIL